Quando comecei a contribuir para o projeto da Família Bilíngue com o Renato, trazendo insights de sala de aula, dos meus estudos e trabalho, eu ficava sempre tentando buscar algo positivo no meu maternar para poder agregar. Professora de inglês há 21 anos, meu filho, agora com 9, nasceu imerso em livros de línguas, esteve presente em workshops, varou noites dormindo no meu colo enquanto eu terminava uma pós graduação na área e assim por diante.
O Renato é meu parceiro desses 21 anos de profissão, conheci seu filho mais velho ainda bebê e todas as meninas desde a barriga da Cris. A maneira como eles criaram os filhos é muito especial e inspiradora para mim e tantas outras pessoas.
Em nenhum momento ele me pediu que extraísse exemplos de bilinguismo na minha relação com o meu filho, mas eu continuava ali, espremendo a laranja e não saía nenhum suco. Era um compromisso maluco que eu havia selado comigo mesma e não conseguia cumprir.
Fiquei focada em buscar o que havia de bilíngue na minha relação com ele, sempre olhando para trás, tentando buscar aquela vez que fizemos isso ou aquilo, me culpando por não ter feito diferente quando ele era bebê. Esqueci de olhar para o agora e fui saindo de cena na relação do meu filho com o inglês.
Chorei as mágoas com o Renato, minha referência no assunto, arrependida de ter feito tudo ‘errado’ e ele fez o que todo grande pai faz. Me mostrou que:
1) Todo mundo erra com os filhos e dá até pra fazer uma lista;
2) Todo pai e mãe empenhado acerta mais do que erra, e disso dá pra se fazer um livro;
3) Eu ainda vou errar mais vezes, faz parte. O importante é crescer no processo, a vida vai cuidar de curar as coisas com leveza.
4) O amor está sempre em primeiro lugar. Independente de como comecei, se houver amor, vai terminar tudo bem.
Assim, vejo renascer e crescer minha relação com meu filho e o inglês, que é tão importante na minha vida e sei que vai ser na dele também. Por aqui, no Família Bilíngue, chamamos essa relação de Inglês Leve, com afeto e ela é diferente das culpas que senti lá no começo, que eu mesma criei.
Fica meu desejo, ainda, que houvesse existido uma ‘Família Bilíngue’ há 9 anos, mas feliz demais por essa Família, esse estilo de viver, existir no meu mundo agora. Sempre há tempo de ter uma coisa a menos na lista de erros e um conto a mais para o livro dos acertos.
Paula Manzali, mãe do Pedro de 9 anos.
Parte da equipe Família Bilíngue, professora de inglês e praticante do inglês em casa de forma leve e divertida.