O LLIL é o CLIL das mães e pais bilíngues
Quando o nosso projeto para ter uma família bilíngue começou, em 1998, não tínhamos muita dimensão de como ele se desenharia. Tínhamos apenas a certeza de que queríamos fazê-lo e uma vontade genuína de oferecer o melhor para os nossos filhos. Gabriel foi o primeiro, depois veio a Isabel e por último, as gêmeas Amanda e Marina. Não era um teste a se aprimorar de um filho para o outro. Não existia a opção de ‘cancelar’ se desse errado, porque criação é assim, não se volta atrás com o que se fez. Por isso é tão importante ter tempo para refletir sobre as decisões tomadas a respeito dos filhos, planejar, buscar conhecimento, para oferecer a eles a nossa melhor versão.
Naquela época em que tudo começou, eu também não imaginava que trabalharia com transformação bilíngue para escolas, 20 anos depois. Mas o universo não erra em nos entregar exatamente as oportunidades de que precisamos. Foi estudando, antes de fundar a nossa empresa bebilingue.com, que conheci o conceito do CLIL: Content and Language Integrated Learning (Aprendizado Integrado de Língua e Conteúdo).
Essa abordagem é diferente do ensino de inglês tradicional, como se conhecia até pouco tempo atrás. No CLIL, a língua deixa de ser o foco e passa a ser o meio para se ensinar outros conteúdos, inclusive matérias da grade curricular escolar. O resultado? Aprendizado real, mais significativo, crianças mais felizes e engajadas e resultados positivos.
Enquanto no trabalho é importante dar nome às abordagens, técnicas e tendências, em casa sempre me dei a permissão de vivenciar o inglês de forma mais livre, sem dar muito nome aos bois. Claro que no fundo, entendo e continuo aprendendo sobre as técnicas que existem por trás da aquisição de uma segunda língua, mas ainda assim, seguimos um fluxo mais orgânico, porque não estamos falando necessariamente de educação, mas de criação.
Foi nessa mistura de pesquisar sobre os assuntos referentes à educação bilíngue, aquisição de uma segunda língua e criação bilíngue, que me ocorreu que, se a educação bilíngue usa o CLIL, podemos concordar que o pilar da criação bilíngue seria o LLIL: Love and Language Integrated Living (Vivência Integrada de Língua e Amor)!
Não tenho nenhuma pretensão de nomear esse aspecto da criação bilíngue, mas entendo que o que a move é o amor, o afeto. É a vontade de dar o melhor para os filhos, para além de aspectos relacionados ao ego. É também dar o melhor para fazer isso acontecer, trabalhando sob a perspectiva da superação, curiosidade, criatividade, resolução de problemas, transmitindo tudo isso aos nossos pequenos através do exemplo. É usar o inglês no dia a dia, na hora de brincar e de chorar também, na hora do banho, das festinhas de aniversário, do soninho. É integrar inglês na vida como ela é, pura e simples.
Assim como os alunos da educação bilíngue não precisam saber o que é o CLIL, mas sim vivenciá-lo, o mesmo acontece com o LLIL. Nossos filhos não precisam saber o que é, precisam apenas sentir que o inglês, leve e divertido, regado com amor, faz parte da vida deles.
Take care!
Renato Alcici – Pai de 4 filhos bilíngues, professor de idiomas e poliglota
e Paula Manzali – mãe do Pedro de 8 anos, parte da equipe Família Bilíngue, professora de inglês e praticante do inglês em casa de forma leve e divertida.