“Aquele inglês perfeito! Sotaque americano! Ela fala tão bem!”
“Aquela pronúncia do inglês britânico é tão chique!”
“Nossa!! Mas aquele mexicano falando inglês com sotaque!!! Estranho, não?”
“E alguns orientais falando inglês com aquele sotaque pesado? Horrível!”
Escuto isso há mais de 40 anos, desde que comecei a estudar inglês como língua estrangeira, antes de ter uma família bilíngue.
Infelizmente, muitos adultos, muitos brasileiros “travam” no momento de falar inglês por causa desses comentários.
Tal discussão, se devemos ou não buscar a proximidade ao inglês nativo é muito ampla e polêmica.
Começamos pela pergunta: “O que é o inglês perfeito?”
Seria o americano? Mas existem tantas variações de sotaque, de gíria e até de vocabulário!
Ou o inglês britânico? Ou até o australiano?
Ou até mesmo: “O que é o português perfeito?”
O do Brasil? Mas com tantas diferenças de sotaque! Ou o português de Portugal deve ser o modelo?
Na verdade, a maioria dos brasileiros, inclusive aqueles que se comunicam bem em inglês, não conseguem identificar a região originária de cada sotaque, tamanhas as variações. Até dizem: “Ela fala inglês tão bem, sem sotaque!” Só que o sotaque é parte de qualquer idioma falado!
Todos temos algum tipo de sotaque quando usamos a língua nativa ou uma língua estrangeira. Inclusive podemos brincar de sotaque carioca, paulista, gaúcho, mineiro (que muda do sul para o centro e para o norte), baiano, potiguar. Em inglês, da mesma forma, pode-se brincar de sotaque padrão americano, texano, britânico. Claro que, na língua estrangeira, isso requer mais treino.
O sotaque é o que menos importa. O que importa é a sua capacidade de comunicação!
É só assistir um pouco de CNN, por exemplo, ou qualquer outra rede de notícias norte-americana, com correspondentes internacionais. Na maioria das vezes, os correspondentes que cobrem países que não têm o inglês como língua nativa, são profissionais locais, que têm o idioma como segunda língua.
Têm um sotaque característico, que varia de acordo com os sons do seu próprio idioma. O correspondente libanês pesa o inglês em alguns sons, o alemão em outros, o repórter que cobre o conflito na Síria terá o inglês falado com outras características!
São profissionais de TV, que falam para o mundo inteiro! Podemos dizer que o inglês deles é imperfeito por causa do sotaque característico de cada um?
O inglês perfeito é aquele que comunica ideias com precisão e eficiência. A fluência é importantíssima nesse processo, claro, até por questão de tempo de espera do ouvinte.
Isso significa, então, que podemos deixar de lado todas as técnicas de pronúncia e todo o esforço para emitirmos sons como em “three” por exemplo? Definitivamente, não. Devemos continuar nos esforçando, pois quanto mais próxima do padrão for a sua pronúncia, maior a facilidade para o ouvinte.
Entretanto, sempre devemos priorizar a comunicação e ter coragem de colocar o nosso inglês para rodar! Assim aumentaremos a nossa fluência e a autoestima de que precisamos para continuar melhorando!
Já tive a experiência de conversar com paquistaneses fazendo negócios em inglês em Nova Iorque, com vários vendedores de Bangladesh em Roma, falando italiano, inclusive muito simpáticos. Se conseguem se comunicar com eficiência, sempre atingem os objetivos.
É prudente dizer que se buscamos cargos mais altos no mundo dos negócios, na diplomacia, na economia, ter o inglês cada vez mais fluente e mais rico em termos de estruturas e vocabulário é imprescindível!
Mas isso virá com o tempo! E quanto mais você se arriscar e se dedicar a aprender, mais confiança vai adquirindo e naturalmente vai melhorando.
Você pode ser a principal fonte de inglês para os seus filhos no seu Projeto Bilíngue em Casa?
Se você consegue se comunicar nas situações cotidianas, sim! E a tendência é que o nível do seu inglês melhore! Você ainda pode ter o suporte do áudio dos desenhos, filmes e vídeos. É só incentivar o uso do áudio em inglês, com leveza, sempre!
Para concluir, algo extremamente importante:
Alguma habilidade na língua estrangeira é sempre melhor que nenhuma e servirá como um passo positivo para a aquisição do idioma e a aceitação da diversidade cultural entre as pessoas de diferentes nacionalidades!
Isso serve para você e principalmente para seu filho na sua jornada bilíngue em casa! Ambos só têm a ganhar!
Eu sou o Renato Alcici, brasileiro casado com brasileira e tive a coragem de criar meus filhos com dois idiomas em casa!
Quer saber mais sobre o assunto? Baixe meu E-book: Criando filhos bilíngues em casa. e siga-me nas redes sociais: linktr.ee/renato.alcici